quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sonho a nascer



Sento-me na maternidade de um jardim. As criações divinas da humanidade são simplesmente magnificas.
Quem diria um dia, a magnólia, existiria no altar eleito da minha existência, pianicamente embelezando todo o jardim dos meus olhos.
Hoje é o dia, em que sou loucamente feliz. A reinterpretação audaz dos deuses que ontem me atrevi a desafiar.
Nada viaja por acaso. E as andorinhas voam em asas de tango, a liberdade inconsciente dos seus destinos, nas minhas melodias viajantes entre o silêncio e o grito de olhares, agarrando a figura miticas de ninfas inspiradoras deste meu fado, deste meu encanto.
Recolho-me em abraços
sobre a caneta dos meus lábios
que saboreiam as palavras
 do vento
e o perfume do sol.
Completo o meu dicionário, em versiculos Maraianos, destilo a minha companhia sobre a terra empoeirada, moldando este meu caminho, barro dos meus pés, em bússolas auditivas. Despolotando toda a minha analfabetização corporal de me ser laxante de puras felicidades.
As flores se agarram a meu corpo, como se de uma peste se fossem. As flores se conjugam  verbalmente em todos os meus adjectivos de sorrisos, da minha macieira, estas minhas maças faciais se amadurecerem em sorrisos universais.
Toda esta minha cara de miudo que se lambuza infantilmente com o rebuçado, as minhas lágrimas se integram nas gotas de orvalho, bebendo a plenitude da vida, me saboreando, terrenamente deus, apóstolo e crente.
Creio numa só felicidade, plena de todos os corpos, bebendo da água benta dos nossos sorrisos. Baloiçando os olhos na ternura floral de florestas mágicas de nascimentos.
Bate levemente, o respirar de candeias iluminadas, pela combustão de um crescimento rápido de um amor que toca de mão, em pele, em corpo, em coração.
Que navio de espelhos todo este meu corpo navega, singelo, ternurento, carinhoso, sobre o mar de aventuras e horizontes.
E nos lençois das estrelas, 
brilha o meu sonho, 
admirações plenos resgates de sonhos, 
bailando nos cetins tecidos, 
acrobaticamente me sou apenas gota, 
gotícula, 
neste extenso mar,
onde me sou tudo 
e me sou constantemente levitação.
O aglutinar de todas as solidões em dentes de leões saboreando a beleza da existência da mão presentida na minha face. Um amor, em amor perfeito flor, floresta que me serve de encantamento de fadas, demiurgos e magos, magias de harpas e de mastros onde obsrvo a infinitude do futuro, cavalgando em unicórnios sobre o inicio deste novo mundo.
Não me importa a literatura. Importa-me que me sejas literatura, saber ler-te, saber-te escrever. Tu és a minha nova Biblia, novo Alcorão, nova Enciclopédia, novo livro de escola primária. Me educarás nesta minha nova reencarnação, búzio a bússola de meu novo futuro.
Toda a minha pele é tua. E é nesta plena sabedoria de sabores, que sei que o ontem não será mais amanha. Que este meu hoje é certamente o compasso musical de um teatro em que dialogámos em novas conquistas de tesouros, de amor.
Nasço-me de novo, nas pétalas do teu corpo, no jardim da tua total realeza.
Que vida esta de me voar nas tuas asas, de me ser olfacto em ti, de me ser palavra em tua boca, de me ser silêncio-eco-grito em teus ouvidos e, espelho em teus olhos. Se o piano toca, as fadas dançam e em teu regaço, embalo este nosso sonho.

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