Sento-me na maternidade de um jardim. As criações
divinas da humanidade são simplesmente magnificas.
Quem diria um dia, a magnólia, existiria no altar
eleito da minha existência, pianicamente embelezando todo o jardim dos meus
olhos.
Hoje é o dia, em que sou loucamente feliz. A
reinterpretação audaz dos deuses que ontem me atrevi a desafiar.
Nada viaja por acaso. E as andorinhas voam em asas
de tango, a liberdade inconsciente dos seus destinos, nas minhas melodias
viajantes entre o silêncio e o grito de olhares, agarrando a figura miticas de
ninfas inspiradoras deste meu fado, deste meu encanto.
Recolho-me em abraços
sobre a caneta dos meus lábios
que saboreiam as palavras
do vento
e o perfume do sol.
Completo o meu dicionário, em versiculos Maraianos,
destilo a minha companhia sobre a terra empoeirada, moldando este meu caminho,
barro dos meus pés, em bússolas auditivas. Despolotando toda a minha
analfabetização corporal de me ser laxante de puras felicidades.
As flores se agarram a meu corpo, como se de uma
peste se fossem. As flores se conjugam
verbalmente em todos os meus adjectivos de sorrisos, da minha macieira,
estas minhas maças faciais se amadurecerem em sorrisos universais.
Toda esta minha cara de miudo que se lambuza
infantilmente com o rebuçado, as minhas lágrimas se integram nas gotas de
orvalho, bebendo a plenitude da vida, me saboreando, terrenamente deus,
apóstolo e crente.
Creio numa só felicidade, plena de todos os corpos,
bebendo da água benta dos nossos sorrisos. Baloiçando os olhos na ternura
floral de florestas mágicas de nascimentos.
Bate levemente, o respirar de candeias iluminadas,
pela combustão de um crescimento rápido de um amor que toca de mão, em pele, em
corpo, em coração.
Que navio de espelhos todo este meu corpo navega, singelo,
ternurento, carinhoso, sobre o mar de aventuras e horizontes.
E nos lençois das estrelas,
brilha o meu sonho,
admirações plenos resgates de sonhos,
bailando nos cetins tecidos,
acrobaticamente me sou apenas gota,
gotícula,
neste extenso mar,
onde me sou
tudo
e me sou constantemente levitação.
O aglutinar de todas as solidões em dentes de leões
saboreando a beleza da existência da mão presentida na minha face. Um amor, em
amor perfeito flor, floresta que me serve de encantamento de fadas, demiurgos e
magos, magias de harpas e de mastros onde obsrvo a infinitude do futuro,
cavalgando em unicórnios sobre o inicio deste novo mundo.
Não me importa a literatura. Importa-me que me sejas
literatura, saber ler-te, saber-te escrever. Tu és a minha nova Biblia, novo
Alcorão, nova Enciclopédia, novo livro de escola primária. Me educarás nesta
minha nova reencarnação, búzio a bússola de meu novo futuro.
Toda a minha pele é tua. E é nesta plena sabedoria
de sabores, que sei que o ontem não será mais amanha. Que este meu hoje é
certamente o compasso musical de um teatro em que dialogámos em novas
conquistas de tesouros, de amor.
Nasço-me de novo, nas pétalas do teu corpo, no
jardim da tua total realeza.
Que vida esta de me voar nas tuas asas, de me ser
olfacto em ti, de me ser palavra em tua boca, de me ser silêncio-eco-grito em
teus ouvidos e, espelho em teus olhos. Se o piano toca, as fadas dançam e em
teu regaço, embalo este nosso sonho.
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