Depois de Antónia, esfregar os olhos, sentir que está bem acordada, espreguiçasse de braços bem abertos e dá um suspiro...
e de relance vê passar ao fundo, junto ao rio, uma gaivota.
Concentra-se na aurora e tenta afastar as cortinas nubladas, ver para além delas...
Concentra-se na aurora e tenta afastar as cortinas nubladas, ver para além delas...
De um jeito inesperado e ao som d chill out, pega no seu bloco de desenho e no lápis de carvão começando a desenhar a gaivota que posa para si como se de uma modelo se tratasse
As cortinas nubladas afastam-se e a gaivota voa em direcção incerta!
Aurora adoça o café da manhã com um sorriso! Que desafios lhe trarão este dia? Que gaivota linda era aquela!
Em que direcção voa. Vai e vem. Admira seu voo com um olhar terno
- Antónia, despacha-te. Anda tomar o pequeno-almoço - Chama sua mãe
- Antónia, despacha-te. Anda tomar o pequeno-almoço - Chama sua mãe
- Ai ai ai que sono - Boceja Antónia caminhando em direcção á janela, afastando a cortina lentamente vê que o dia amanheceu chuvoso, olha em redor e vai balbuciando - uma gaivota... Uma gaivota... De tão eufórica Antónia desce apressada as escadas gritando - uma gaivota mamã, papá está uma gaivota no nosso jardim, venham ver... veste com ligeireza a capa de chuva e calça desordenadamente as galochas, abre a porta e sai a correr...
Antónia, de olhar intenso e penetrante observa o pássaro regressado do horizonte disperso como se de algo divino se tratasse! Não estivesse a gaivota a ser observada pelos olhos de uma criança!
- Papá, mamã, quem me dera voar nas asas desta gaivota, ver o mar, as ondas e pousar na proa num daqueles navios gigantes que atravessam oceanos…
- Antónia, xiu… - Diz a mãe com carinho e admiração.
- Assim assustas o pássaro. Diz o pai.
- Papá, mamã, quem me dera voar nas asas desta gaivota, ver o mar, as ondas e pousar na proa num daqueles navios gigantes que atravessam oceanos…
- Antónia, xiu… - Diz a mãe com carinho e admiração.
- Assim assustas o pássaro. Diz o pai.
Mas, para espanto dos pais, a gaivota não se assusta, nem se mexe de onde está, quando Aurora se aproxima e quase a toca com as suas mãos.
Com alguma timidez Antónia tenta pegar na pequena gaivota indefesa... Quando ouve o pai com um voz rezingona dizer-lhe
- Antónia tem cuidado não podemos confiar nos animais! Porém Antónia com a sua teimosia de criança faz orelhas moucas ao que o pai diz e pega na gaivota... ao agarrar a pequena ave Antónia assusta-se ao ver que está ferida numa asa...
Aos pais veio à cabeça uma historia ouvida em tempos das suas infâncias: "Luís Sepúlveda, escreve-nos uma história doce, simples mas cheia de significado, como podem concluir ao ler esta história fantástica. “História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar” é uma fábula, em que os actores principais são gatos e gaivotas, mas apesar de estas poucas palavras poderem dar a entender de que se trata de um conto para crianças enganam-se, uma criança não consegue retirar desta linda história a lição de vida que ela contém. Temos então a história de um gato, Zorbas, gato grande, preto e gordo, que mora numa casa perto do porto de Hamburgo. Numas férias em que Zorbas fica em casa sozinho, estava ele a apanhar sol na sua varanda, quando lhe cai de repente á sua frente uma gaivota moribunda, que depois de ter sido apanhada pela maré negra, perde-se do seu bando e faz da varanda do Zorbas o seu ultimo destino. Porém, antes de morrer, põe um ovo, e faz dois pedidos a Zorbas, o primeiro é que tome conta da pequena gaivota que irá nascer, o segundo é que a ensine a voar. Perante o estado da pobre gaivota, Zorbas aceita os pedidos, sem se aperceber do tamanho de tal responsabilidade. Assim começa a sua aventura, que sendo fiel á sua palavra vai fazer todos os esforços para fazer cumprir a sua promessa. Até a pequena gaivota nascer, Zorbas, que até agora tinha uma vida descontraída, vê-se com a tarefa de chocar o ovo, desta forma quando a pequena gaivota nasce, Zorbas é chamado de mama. Neste momento, Zorbas procura os seus amigos, que o vão ajudar a cuidar da pequena Ditosa, assim a chamaram, e ajuda-lo nesta difícil tarefa. Os seus amigos são, Collonelo, um gato de alguma idade sempre pronto a dar um bom conselho, Secretário, o seu ajudante, o Sabe-Tudo, gato muito inteligente e o Barlavento, um gato marinheiro. Com as enciclopédias do Sabetudo, com a boa vontade de todos, e com o sentido de cumprir esta obrigação a todo o custo, este pequeno grupo de gatos, começa então esta difícil tarefa, de dar umas lições de sobrevivência a Ditosa, de a ensinar a voar, e de lhe dar o amor e carinho do qual a sua mãe ficou privada.
Afinal Antónia ainda não tinha espreguiçado, nem tomado o pequeno-almoço, nem sequer conhecido a tão afamada gaivota...quer dizer pelo menos conscientemente...tudo se tratou dum sonho...sonho este que veio retratado anteriormente e que culminou com a asa ferida ao mesmo tempo que acorda como se de um pesadelo se tratasse! Como analisamos este sonho? Freud e Jung teriam muito a "sonhar" sobre isto: afinal que desejo é este de olhar pela janela? que neblina é esta que tanto nos cega como nos faz mergulhar em algo mágico? quem é esta gaivota qual sinal de liberdade e paz? que parte de mim gostaria também de voar e de se aproximar das mãos de um cuidador que tarda em se prostrar na beira da janela? Porque estou ferido, e porque isso me impede de voar? Dúvidas que assolam a alma...alma de quem já não está a sonhar!
Num imaginário sonhado, Aurora de pincel na mão redesenha seu sonho. De poucas imagens assimiladas e guardadas desenha parte da gaivota e acrescenta o que a sua imaginação produz. Uma gaivota... Uma gaivota a ser cuidada por si. De amor lhe traz o carinho e a cura de todo o mal que da assa não permitia voar. Antónia pula de alegria enquanto produz um sonho real, cuida, mima e ao seu lado voa mais alto mesmo com a asa ferida. Acredita no percurso de uma vida de percalços, alegrias e marés… continua a sonhar…
O sonho dá-lhe força, dá-lhe energia, dá-lhe garra para se elevar...para não sentir dor...num voo picado vindo la do alto, e num voo rasgado colhe um lírio no verde campo
- Um lírio! Delira Antónia com o gesto de agradecimento do pássaro que outrora ferido e eternizado nos seus rascunhos a lápis de carvão lhe preenche agora o coração com um emaranhado de emoções
Acordou confusa. O desenho desajeitado, meio amarrotado e com falta de espaço para 'colar a asa' deixou-lhe o sonho a meio. Era um sonho meio mau, meio bom. Nos sonhos como na vida, nem sempre se têm todos os adereços à mão para a solução. Logo, quando me deitar, vou fazer força para continuar este sonho incompleto. Levo comigo mais uma folha e a 'fita-cola' da imaginação. Eu, gaivota quero ser, voar para lá do rio, alcançar o mar, o areal. É lá que me esperam...
Por: Maria Madalena Santos, Elisabete Rocha, Mónica Flávio, Angelica Toquito, Diogo Soares e Escrivaninha de Histórias (Vítor Moreira)
Este é o primeiro retracto literário que amigos e desconhecidos se tem dedicado a escrevinhar. Após o lançamento de um tema as ideias surgem umas atras das outras.
Este género textual caracteriza-se por exercer uma função social específica. São pressentidas e vivenciadas pelos participantes/comentadores o equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que género usar em momentos específicos de interacção, de acordo o mote lançado como desafio.
A qualquer momento o/os intervenientes podem desviar o rumo da estória, dar-lhe mais emoção, um final feliz ou infeliz. Requer algum treino e, sobretudo, estímulo e gosto pelo 'escrevinhar'. Participem e sejam criativos. Quem sabe, talvez um dia mereça uma compilação a sério. Isto é só o princípio, um treino. Venham mais!
A qualquer momento o/os intervenientes podem desviar o rumo da estória, dar-lhe mais emoção, um final feliz ou infeliz. Requer algum treino e, sobretudo, estímulo e gosto pelo 'escrevinhar'. Participem e sejam criativos. Quem sabe, talvez um dia mereça uma compilação a sério. Isto é só o princípio, um treino. Venham mais!
É engraçado imaginarmos um história mas depois com as ideias de cada um torna-se completamente diferente do que imaginamos, dá um gostinho especial e obriga-nos a puxar pela imaginação, fiquei fã
Torna-se um vicio, pois leva-nos a imaginário telepático e conhecimento da mente do outro. a todos que pertenceram a este primeiro comentário, agradeço....vou elabora-lo de forma a ficar a um conto único :D
É esse o objectivo. Compilar retalhos, opiniões. As dicas largadas ao sabor de cada um são o argumento. Venha o conto da Escrivaninha, Escreva...
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