Meu pensamento leva-me a viajar por terras outrora vestidas pelo manto real onde um Joker dança ao som de uma citara, num dia em que o povo se senta a mesa juntamente com seu rei.
Um porco guincha em cima da tábua ao pressentir q o seu caminho pelos campos das bolotas se aproximava do fim.
Cavaleiros de espada em riste lutavam entre si num ambiente guerreiro, feroz. No alto da colina, um rapaz luta contra o vento. Toca uma melodia ritmada no seu alaúde. Numa outra colina, vem uma outra sonoridade acórdica.
Uma voz suave, lírica, terna e poderosa. Enquanto no panteão, Joker e guerreiros lutavam entre si, uns para triunfarem com as suas espadas e outros para divertirem com as suas danças, nos cumes montanhosos aqueles dois seres lutavam pela conquista da mais brilhante sonoridade.
Entre eles apenas uma grande falésia e ar e uma águia-real cravada na sua pata uma pequena seta dourada. Suas asas voavam dançando entre os dois lutadores, como se de uma dança grotesca se tratasse. Uma valsa, um tango, uma dança medieval talvez.
Ao som da voz ritmada e do alaúde o pássaro de cores reais voava entre as notas soltas levando mensagem como se de notas musicais se tratassem para dar o mote a cada um dos tocadores.
A cada viagem que o pássaro real fazia, maior a intensidade rítmica existia. Era uma guerra entre dois povos a lutarem como se em guerra por uma terra se tratasse. De um lado, uma voz profunda e única gritava harmoniosamente. Do outro lado, um alaúde soltava as notas mais poderosas.
Aquele confronto não tinha fim. Era como lançar setas e bolas de fogo a um e a outro. Como duas ondas poderosas se debatessem. Faz soar os sinos das igrejas, abanar furiosamente os ramos das árvores, erguer sobre o solo as pedras preas calcadas, os animais a medo escondem-se dentro das suas grutas, os lobos uivam e um manto negro se dipoem sobre o azul celeste anunciando a mais negra das batalhas.
Numa intensidade frenética voz e instrumento lutam entre si. Dois seres protegem seu corpo como se de uma lança estivesse pronta a atingi-los
De uma sinfonia guerreira, fez parar toda a diversão existente no reino, do Joker apenas se ouvia os sininhos, dos lutadores embasbacados pelo que acontecia, suas espadas no chão caíram, a festança em redor da mesa apetrechada de majestosas comidas e do bom vinho e sobre o uivar do lobo, o porco se soltou das cordas que o amarram e dos sues assassinos.
Temendo um feitiço imposto ao seu reino por um feiticeiro poderoso, seu rei teme por seus fiéis súbditos que clamam piedosamente batendo com as mãos no chão chorando e derramando lágrimas de perdão
Num clímax poderoso vindo do alto de dois cumes, começa a chover uma chuva de rosas de todas as cores coroando freneticamente aqueles dois seres que lutam apaixonadamente.
Num voo a pique, a águia-real esvoaça entre a chuva de rosas se desviando de cada uma delas, trazendo consigo a rosa mais bela a mais linda donzela do reino.
Do céu escuro a melodia foi-se acalmando. O fim da guerra estava próximo. Aqueles dois seres acenavam bandeiras de paz. Por breves momentos. Descendo colinas com os seus instrumentos, encontrando-se às portas do reino.
As portas abriram-se para aqueles dois seres. Entrando dois estranhos em portas nunca antes ultrapassadas por seres desconhecidos, caminharam em direcção ao rei, levando-lhes uma mensagem vinda dos céus.
Aqui, nos recebeste, aqui jaz alegria.
E de rompante, duas novas melodias se soltaram e a festa recomeçou
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