domingo, 13 de novembro de 2011

Transformação


Cai um pingo na janela
Vai escorrendo deambulantemente
Como se desviasse de algo que está no seu caminho
Desce e vai descendo sem que nada a pare

Lágrima que cais
Que desces contornando o rosto
Manchando traços teus
Caindo livremente na palma da mão

Brisa suave que embalam o cabelo
Deixando-o flutuar na aragem perfumada
Como se num vale de rosas
Teu corpo se encontrasse

Braços bem erguidos
Em direcção ao alto
Um grito forte
Um eco repetitivo

Um querer
Uma vontade
Um desejo
Um sonho
Um ser

Jorras tuas lágrimas em terra seca
Prostras tuas mãos no chão
Deixando que as lágrimas jorradas
Redesenhem as tuas marcas nesse terreno

É a tua marca
A tua imagem
A imagem de um sofredor que fica marcada

Ergues-te sobre ti
Teus pés ganham vida
E caminham
Deixando para trás a tua marca

E segues em direcção a algo
Com segurança que os pés te conduziram
Que as lágrimas derramadas em leito terreno
Se transformar-se-á em fonte de rega para um jardim
E os teus olhos, acompanharão teus lábios num sorriso respirando uma brisa suave embalando todo o teu ser

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