segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Escrivaninha de Historias IV - Outono


Escrivaninha de Histórias IV





Outono






É Outono. A velha árvore está nua, de braços expostos ao vento , ao sol poente de bafo quente.
Aguarda firme pelo Inverno que se prevê gélido.
De futuro incerto, a céu aberto e sem barreiras…


Passam as gentes e olham, dizem: «Como é bela, ou, que boa madeira, ou, preciso de um galho, ou, que bela fogueira, ou, que bonito plano fotográfico»

O futuro da nossa árvore cabe a cada um de nós, mas também às leis da natureza.
Quem começa?


De braços estendidos ao vento vê seu cabelo esvoaçar


Por cima de si um sol a esconder-se num horizonte alaranjado


Umas últimas folhas desse dia resolvem soltar-se


De quem de si protegeu durante meses


Elas, voaram e foram parar aos pés de uma criança..


Olha para o céu e vê um manto castanho a esvoaçar sobre si mesmo. Ergue seus braços e pula na tentativa de apanhar algumas


De repente, perante a calma dessa dança de folhas que só elas sabem fazer, a criança apanha algumas. Faz delas uma coroa linda que coloca na cabeça e dança... Dança ao som do sopro do vento imaginando-se em muitos lugares. Viaja...


Num jeito hipnótico consegue viajar entre danças tribais e o sopro do vento. Sua face explode de alegria como um vulcão explode sua lava quente, vermelha


Cansada de tanto rodopiar a criança adormeceu. A mãe, na extremidade da cama, silenciosa e atenta, acompanhava todo este delírio infantil. Com um movimento rápido e suave aconchegou a almofada do filho. Teria febre? sonhava? Ela era assim. De dia não parava e de noite movimentava-se contando o que viveu, o que imaginou. Não sossegava nunca...


Aquela visão da velha árvore, nua, de braços expostos ao vento, ao sol poente de bafo quente, transformara o dia daquela criança numa viagem de sons, cor, calor e imensidão de aromas. Finalmente tinha sossegado de tanto viajar.


Brincar, reinventar estórias com o que a natureza nos dá, prodigalidade ignorada pelo egoísmo dos homens fez-se fantasia de criança, "dança com folhas" como quem "dança com lobos", vive uma aculturação às avessas...


E de uma forma subtil, de entre dois povos que outrora forma distantes, se finda mais uma história, da mesma forma, que se fuma o cachimbo da paz.


Escrevinhado por: Maria Madalena Santos, Escrivaninha de Historias (Vitor Moreira), Tarot e Radiestesia Radionica , Terapias da Mente de Patrícia Bernardo e Graça Maria Pinto Valejo




https://www.facebook.com/?ref=logo#!/pages/Escrivaninha-de-historias/310780495598886



1 comentário:

  1. ehehehe :) pois é Maria...

    a nossa imaginação leva-nos a navegar nas ondas telepáticas de uns e dos outros...escrevendo segundo o que vai na ideia e sendo um pouco de imaginarios saem coisas lindissimas :) e como ja dissemos....a gente vai continuar :)

    ResponderEliminar