Na água escura iluminada pela noite
Espelha sobre si
O rosto da estrela
Que brilha lá no alto.
Uma lágrima escorrida
Sobre o seu rosto
Faz ondular com tristeza
As ondas que bailam
A cada palavra solenemente
Soletrada da sua boca.
Palavras que clamam
A um Deus qualquer,
A um Deus teus,
A quem pedes justificações
Pelo infortúnio de coração em dor.
Lá no leito de onde as tuas lágrimas naufragam
Depois de um plim plim borbulhante,
Adejassem cores misturadas
Entre o negrume água
E o louco amarelo
Da bola redonda escavada
Brilhante lá do alto.
O sal derramado do teu leito ocular
Faz tornar puro o teu ser.
Uma mão de cinco dedos
Prostrada sobre o teu inclinado ombro
Faz acalmar o turbilhão ventoso
Que se apodere do teu esguio corpo
Que balança entre a coragem e a falta dela.
De arriscar o grito final.
O gesto da brisa de dois braços
Envoltos em teu ser,
O espelho de dois olhos
Onde vês a tua própria alma
Petrifica loucamente o teu ser
Fazendo abandonar o teu ultimo grito.
O louco ser e o enlouquecer
Se dividira
Seguindo cada um o seu rumo,
Com ou sem medo,
Mas com a certeza de que um no outro
Haveria sempre um espelho.
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