segunda-feira, 23 de abril de 2012

Liberdade



Observo a arma de cano cerrado
Pelo caule do cravo avermelhado
Impondo o silencio ao canhão
Libertando a voz da boca amordaçada
Pelo cadeado do poder

Observo as mãos erguidas
Ao alto em gesto de oração
A um Deus que fora proibido.
Em prezes oradas em catecumbas
A sua fé se alimentou

Shiuuuuuuu…..
Boca amordaçada e pés atados
A tua expressão não é livre
Como aquele pássaro
Que voa em torno da liberdade

Observo a criança
Que garatuja sarrabiscos
De dedos sábios
Não são livres da sala de aula visitar.

Creio nos ferros de aço que separam
A ténue linha entre o ser e o não ser
O ser livre na vida
E o não ser livre da vida.

Acredito na liberdade das ondas que navego
Acredito na liberdade das palavras que escrevo
Acredito na liberdade de pensar
Acredito na liberdade de olhar
Acredito na liberdade de viver.

Observo aquele animal preso pela pata
À porta de uma casa
Um jardim verdejante há sua frente
E um olhar lacrimejante na sua face.

Observo que tu tens a liberdade de fazeres o que queres
Observo que tu tens a prisão a teus braços quando feres a minha liberdade.

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