Recordo-te oh mulher
De jarrão de barro
À cabeça a transportar
A agua do rio pelos caminhos sinuosos
Recordo-te oh mulher
De cesta de verga
Ao ombro com roupa
Para lavar na margem do Douro
Recordo-te oh mulher
Nas vindimas com os pés descalços
Cantarolando músicas de engenho
Dando ânimo aos senhores
Recordo-te oh mulher
De foice na mão
Cantares da ceifa
A apanhar o trigo que o sol espelha
Recordo-te oh mulher
De dentro do teu ventre
Recordo-te oh mulher
Fora do teu ventre
Recordo-te minha mãe
Recordo-te oh mulher minha mãe
De enxada na mão
E de sorriso nos lábios
Recordo-te oh mulher
Mulher minha mãe
Que de feirante nascida
Agricultora de pés descalços te transforma
Recordo-te senhora mulher minha mãe
Que de nove meses me aguentaste
E que à luz me deste vida
E em teus braços me embalaste
Senhora mulher minha mãe
Mais que mulher tu és
Mas um anjo na terra
Deus te concedeu esse feito
Recordo-te oh mulher
que de muitos açoites me deste
e que muitas lágrimas me limpas-te
e que de muito amor me amas-te
Maria, como sempre, lisonjeador as tuas palavras. Nada mais do que umas palavras de agradecimento por quem na minha vida passou e me amparou :)
ResponderEliminarmais do que ter coragem de as escrever é e tornasse necessario ter coragem para as dizer
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