terça-feira, 6 de março de 2012

Oh Mulher (dedicatória)


Recordo-te oh mulher
De jarrão de barro
À cabeça a transportar
A agua do rio pelos caminhos sinuosos

Recordo-te oh mulher
De cesta de verga
Ao ombro com roupa
Para lavar na margem do Douro

Recordo-te oh mulher
Nas vindimas com os pés descalços
Cantarolando músicas de engenho
Dando ânimo aos senhores

Recordo-te oh mulher
De foice na mão
Cantares da ceifa
A apanhar o trigo que o sol espelha

Recordo-te oh mulher
De dentro do teu ventre
Recordo-te oh mulher
Fora do teu ventre

Recordo-te minha mãe
Recordo-te oh mulher minha mãe
De enxada na mão
E de sorriso nos lábios

Recordo-te oh mulher
Mulher minha mãe
Que de feirante nascida
Agricultora de pés descalços te transforma

Recordo-te senhora mulher minha mãe
Que de nove meses me aguentaste
E que à luz me deste vida
E em teus braços me embalaste

Senhora mulher minha mãe
Mais que mulher tu és
Mas um anjo na terra
Deus te concedeu esse feito

Recordo-te oh mulher
que de muitos açoites me deste
e que muitas lágrimas me limpas-te
e que de muito amor me amas-te

2 comentários:

  1. Maria, como sempre, lisonjeador as tuas palavras. Nada mais do que umas palavras de agradecimento por quem na minha vida passou e me amparou :)

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  2. mais do que ter coragem de as escrever é e tornasse necessario ter coragem para as dizer

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