quinta-feira, 9 de agosto de 2012

uma valsa perfeita

Uma valsa
Às duas da manha
Notas que rugem dos giros discos
Atravessam a rua.
Uma valsa, trazida pela brisa
Atravessa a rua
Fugindo do outro lado da janela
Emergindo pela minha menina iris retina.
Um vestido esvoaça ao som
Daquelas notas, doces, vibrantes, sensuais.
Dentro dos trapos encarnado
Um vestido de pele morena
Um corpo que desliza ternura aos seus pés
Pelo chão emoldurado de espelhos.
Um jogo de cintura imaculadamente perfeito
Um baile com o próprio corpo
Com o seu reflexo.
A bola estrelar sob a sua cabeça, vai piscando
Acompanhando pelo passeio de algumas estrelas
Trazendo uma luminosidade inacreditável
Aos meus olhos que admiram
Expectante
Delicada
Perdida
Enfeitiçadamente
Aquela mais perfeita dança
Criada por ela mesmo
Para ela mesmo
Para o seu próprio corpo
Enquanto numa mão ampara uma rosa
Numa outra o toque da suavidade que ampara o seu perfume
Da paixão e do seu ser,
O chilrear dos grilos
E a lamparina acesa dos pirilampo
Embelezam a parede da sua janela
Iluminando a sua própria luz
E a sua própria valsa

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