segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Lâmina do silêncio



Essas lascivas almas soltas sobre o cemitério solitário dos teus olhos, penumbra inquietante mordaz das horas invisíveis, ausências, dos missais com que celebras o sepulcro do caixão sombrio, relembras as vidas que desapareceram em cada fumo da cigarrilha no canto da taberna onde todos te admiravam o negro volume voluptuoso dos teus olhos. Rosas.
Vermelho, sangue com que embebedas o lume dos teus lábios mudos, fazes temer em quem em ti, se aproxima nas tentativas de um toque mais imo religiosamente em ecatombas de dúvidas que despertam todos seus receios. Jasmim.
As cores pintadas a agulhas de tinta nos poros frios gélidos das tuas veias ensanguentárias, os punhos empulseirados com cravos reluzentes de um metal qualquer espinnhos pontiagudos levam os espelhos dos sexos se afugentarem em mil pés apressados de fugas com as espanhadas na bainha ainda apertada. Mar.
O círio, medonho, gere o caldeirão das mezinhas que todos julgam o medo das varinhas de condão apoderada em exorcismos nos frondosos olhos que deixam o ar fora das tuas respirações. Ofegantes.
O silêncio, essa lâmina de duplo gume afiado do sabor de laranja, doce em ti, amargo no coração maléfico das traições mentidas, sepultam o arvoredo sombrio das presenças de humanizados dráculas que escondem a sua luz taciturna das verdades de si mesmos. Doce.
4 velas multicoloridas, em cada canto das ruas do teu corpo, e a purificação da própria àgua benta em incenços, trazem sobre ti a paz pacifica que necessitas para o reconforto do homicidio da solidão negra, que no baú dos templos faraónicos nunca ninguém se ousou, representar forças divinas de abrir o panteão do teu ser. Luz
Desvirgindar. O medo. Nunca ninguém se atreve a tal desfuncional sensação. O medo amedronta os medrosos. A lâmina cortante do teu silêncio, suspira o fogo das mil razões em ti violadas desde a tua criança que nunca te autorizam nas permissões de o ser.
E hoje, sobre a varinha do condão, dos intimos corpos que habitam no teu mundo, conversas as realidades que nos olhos dos outros, incompreensiveis, se borram de medo a cada paso teu no limiar do salto das fronteiriças cataratas lágrimas deixas prostrados na soleira dos teus passos, todas as palavras de carinho assassinadas pelas mortes das flores que outrora, se atreveram em ti semear. Invisivel.

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