quarta-feira, 12 de março de 2014

corpo e sangue do nosso uno ser.

 Nos ladrilhos das calçadas deste mar, vivo o lume de um fogo nunca antes apagado. Fusão de àgua e fogo, teus lábios e meu corpo. Harmonia kriptónica alimentar deste nobre sentimento de nos fundirmos em aço de algodão branco, voando, nas levadas àguas descobertas em luz tua.
Norte. Esta nossa bússola, corpo despindo em mim teus olhos cores. Cores, despertas da tua pele habitada em mim.
Forças dos hábitos momentos vividos nas resilientes guerras do anjo negro de nos querer distânciar.
E os pássaros, voam. Nas canetas desta mão que te toca nos silêncios dos teus suspiros.
Voltamos ao cruzamento da continuidade. Estes trilhos, reluzentes, dos reflexos dos nos nossos olhos.
Criamos o apocalipse em cada beijo roubado nas esquinas do vislumbre. Os jardins das estrelas que escrevem…secretamente as nossas epifanias, os nossos evangelhos. Raptamos os sonhos, damos-lhes a real realidade. As areias que movemos sobre o nosso deleite acto de amar o sexo fluído em orgia dos nossos corpos em comunhão do altar com as sombras das nossas fantasias mais loucamente apaixonadas.
Requesitamos o poder do universo. As forças do divino, o cálice da água purificadora, este suor que emanamos os perfumes do nosso próprio ser…
Reinamos no nossos castelos. Profetizados e evangelizados nas catedrais das nossas bocas. Construímos, castelos e catedrais. Reinamos sobre as divindades e sobre os fieis que se espantam ver o nosso amor viver em nós.
Construímos caravelas. Saqueamos o ar, o fogo, a terra e o vento. Em seu lugar, deixaremos apenas o mais perfeito beijo dos nossos lábios. O mais perfeito tesouro.
As flores, as flores, as flores, ganham novo fulgor…vida. Compõem harmonia sobre o doce produzido pelas abelhas. Esse doce tão azedo, comparativamente a cada teu beijo sugado em meus lábios. És, diva, sim divinamente um monstro aos olhos luciferianos, em mim, és deusa. Um maravilhoso ser em que, ajoelhado, venero as minhas orações no ambão do teu ser.
Que partitura esta, a poesia clássica de wagners e betthowens que cirandam nas citaras da tua voz. A metalizada orquestra dos baús encandescentes dos tempos de um ontem, que nos relembra do quão rochoso foi esta nossa peregrina caminhada.
Os ventos celestes de um extenso mar
Nos somos organicamente raízes
As viuvas ruelas que se casam  a nossos pés
As mãos que nos olham nos olimpos
Meridianos mares que ancoram a nossa liberdade.
Abordamos uma vez mais as centelhas de fogo das flores. Os olhos que Da Vinci nos pintou, nos são insalubres nas cores mais majestosas destas flores coloridas da alma nossa que explode nas furnas do corpo, onde temperamos, os ponteiros do tempo nosss calendários mais agnósticos das intemporalidades que vivemos. Somos o tempo, a deusa das solicitudes dos olimpos em que autorizo, as autorizações divinas de observarem nas ombreiras das janelas, com os semblantes alegres ao passear sedutor nas ruas das saudades. Nos vistam, e nos encantem. As vossas cordas de guitarra nos musicalizam o silêncio.
Não me perturbeis. Deixai-me acordar nos sonhos da tua mão. Esse ombro que me embala e me ampara. Casulo, ventre, eu criança no dorso do teu leito.
Pegadas escritas nas folhas do tempo passado que nos foi lealmente companheiro. Somos nós de nós. Amantes predilectos do tempo. Lhe falamos no silêncio. Dos ecos. As enamoradas palavras que nos conjugam verbos, adjectivamente articulados nas antiteses dos nadas.
Somos nada. Um cosmos conjugado nos tudos. Nos todos. Povoamos estes ossos que coincidem com o amor. Vértice desta verticalidade emotiva do nos sabermos eu em ti e tu em mim.
Faremos nós, as revoluções. Os abris de todas as seduções. E nas armas, assinalaremos, nossos corpos nús. Estatificados, em pétalas vermelhas, amarelas, brancas, vivas cores vivas. Comeremos nêsperas. Porque haveremos de saciar a fome, nos pomares, degustaremos o sabor doce da nêspera em lábios de sumos.
Penetramos no silêncio. Da noite. O gemido invisivel, iluminado por centelhas de fogo. Pirilampos, candeias e grilos. Compondo o mais belo espectáculo da nossa festa…
Comunguemos, neste extenso mar. Onde nos amamos. Onde nos fomos ser. Onde nos fomos a unidade corporal. Onde fomos nós…onde fomos amor.
E se não mais hoje, houver um amanhã, por de certo, saberemos que eliminamos todas as leis do universo.
Movemos todo o universo em nosso redor. Fomos magos, feiticeiros e até mesmo oráculos. Fomos impios e até mesmo sofredores. E aqui nestes meandros estrelares, dos nossos olhos, derretemos todos os gelos das muralhas, por ceifeiros construídos, no trigo doirado do teu cabelo, nos encontramos em felicidade embebida em nossos cálices.
Assim nos faremos nós,
Vidas expostas à felicidade de nos sermos comunhão, corpo e sangue do nosso uno ser.


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